Um canto sobre a ótica progressista
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Versão nova 26/04/2020
Num estado de desgraça, me ponho à prova
De lutar mesmo diante da iminente derrota
Quando me perguntam se isso é resistir
Digo que não sei, porque as vezes só quero rir
Ao não conseguir repelir a vontade mundana
De possuir e comprar por causa da gana
Mas tenho cama, cana e gente pra limpar a calha
Por onde entra a graça quando a mente falha
E se esvai parecendo paixão adolescente
Emocionando pouco meu estado já decadente
O que me liberta da corrente já está quitado
Digo, parcelado. Em mais vezes que trinta aniversários
Talvez eu morra antes que o esperado
Mesmo com atestado de consultório médico privado
E se eu abrir uma startup e viajar o mundo sendo empresário
Talvez eu viva para ver um futuro melhorado
Para mim, minhas posses e minha classe
Isto é, se eu me afogasse num mar de “resiliência”
Ou me calasse diante da falta de consciência
Mas eu me indigno, sofro e sinto
E não mais acredito. Que as eleições vão nos salvar
Quero protestar e as pessoas e causas abraçar
Quero sair às ruas me movimentar e agitar
Para isso preciso me organizar e me conscientizar
De que necessito ser mais que assistência
Diante da injúria do que é viver neste sistema
Se eu já me sinto prejudicado, imagina quem é totalmente precarizado
Pela economia, pela polícia e pelo Estado
Mas se o ataque for apenas tratar o imediato
Talvez minha lente embace e eu seja medicado
Porque se minha visão estiver turva e otimista
Significa que preciso sair da curva e virar realista:
Se para os retrocessos sociais sou oposição
Se para a homofobia e misoginia eu digo não
Se para o racismo sou antagonismo e objeção
Pela vida digna das trabalhadoras e trabalhadores, eu preciso ser REVOLUÇÃO.
Versão original 20/05/2019 — Contra a reforma da previdência
Num estado de desgraça, me ponho à prova
De lutar mesmo diante da iminente derrota
Quando me perguntam se isso é resistir
Digo que não sei, porque as vezes só quero rir
Ao não conseguir repelir a vontade mundana
De possuir e comprar por causa da gana
Mas tenho cama, cana e gente pra limpar a calha
Por onde entra a graça quando a mente falha
E se esvai parecendo paixão adolescente
Emocionando pouco meu estado já decadente
O que me liberta da corrente já está quitado
Digo, parcelado. Em mais vezes que trinta aniversários
Talvez eu morra antes que o esperado
Mesmo com atestado de consultório médico privado
E se eu abrir uma startup e viajar o mundo sendo empresário
Talvez eu viva para ver um futuro melhorado
Para mim, minhas posses e minha classe
Isto é, se eu me afogasse num mar de “resiliência”
Ou me calasse diante da falta de consciência
Mas eu me indigno, sofro e sinto
E não mais acredito. Que as eleições vão nos salvar
Quero protestar e as pessoas e causas abraçar
Quero sair às ruas me movimentar e agitar
Para isso preciso me organizar e me conscientizar
De que necessito ser mais que assistência
Diante da injúria da reforma da previdência
Se eu já me sinto prejudicado, imagina quem é totalmente precarizado
Pela economia, pela polícia e pelo Estado
Mas se o ataque for apenas tratar o imediato
Talvez minha lente embace e eu seja medicado
Porque se minha visão estiver turva e otimista
Significa que preciso sair da curva e virar realista:
Se para os cortes na educação eu digo NÃO
Se para os retrocessos sociais sou oposição
Se para a homofobia e misoginia viro o cão
Se para o racismo sou antagonismo e objeção
Pela vida digna d@s trabalhad@r@s eu preciso ser REVOLUÇÃO.